Como pode um quadro, um retábulo, uma música ou um espectáculo desenvolver o nosso conhecimento?



Admirar obras de arte é uma forma de compreender melhor o que os indivíduos produzem, e a realidade que narram. Segundo Goodman “Dom Quixote, tomado literalmente, não se aplica a ninguém, mas tomado figurativamente, aplica-se a muitos de nós”. Por isso, “ perguntar se uma pessoa é um Dom Quixote (quixotesca) ou um Dom Juan é uma questão tão genuína como perguntar se uma pessoa é paranóide ou esquizofrénica, é mais fácil de decidir”.
A arte opera de forma simbólica, não exacta e alegórica. Para melhor compreender as manifestações humanas, os historiadores e sociólogos preocupam-se pela arte de uma determinada época ou cultura.

Este blogue tem por objectivo dar a entender esta interacção entre a arte e o conhecimento, e de que forma as ostentações humanas repercutem-se ao longo dos anos e séculos.
O ponto de partida deste espaço, são os Séculos XVII e XVIII, nomeadamente pretende-se abordar a vida de uma corte, rodeada de riquezas, luxos, extravagâncias e exibições, e a repercussão estética-ideológica que esta deixou como herança nas gerações vindouras. Pretende-se assim analisar globalmente a antícope deixada por este movimento desde o seu apogeu até as réstias que se podem encontrar deste nos dias de hoje, tentando assim elaborar um paralelismo ideologicamente estético desde que surgiu o movimento social em si, até à nossa actualidade.

BIOGRAFIA - Luís XIV (1638-1715)

· Actuação política, económica e social


Desde que assumiu o governo, Luís XIV procurou fazer da figura do rei uma questão incontestável, tendo para tal limitado os poderes da aristocracia, suprimido as atribuições do Parlamento e transferido a corte para Versalhes. Este palácio tornou-se símbolo do Estado absoluto: aí a vida da corte passou a girar em torno da figura do monarca, concebida como uma peça teatral, enquanto a vida do rei se converteu num mito e qualquer aparição pública sua numa cerimónia.
Luís XIV tomou medidas para reforçar a solidez do Estado e a coesão nacional, impondo a unidade da fé católica e proibindo qualquer outro credo. A economia foi colocada ao serviço do rei e dos seus gastos pessoais, num processo que o levou a deter um poder absoluto e a confundir a sua pessoa com o Estado (“O Estado sou eu”).
Ao procurar fazer da França uma potência hegemónica no contexto europeu, Luís XIV conduziu-a a guerras contínuas contra a Espanha, a Holanda, o Império Austríaco e os príncipes alemães, que delapidaram os cofres do Estado e deixaram o país arruinado.

· Actuação no domínio cultural

Luís XIV desenvolveu uma política de protecção às artes, às letras e às ciências, fomentando a produção artística e a investigação, o que levou à criação das Academias.
Ainda no domínio cultural, patrocinou os “Ballets de cour” – bailados que ensinavam as técnicas de dança e também as regras da etiqueta social, e, depois, as “Comédies-ballet” de Molière – espectáculos que se traduziam numa autêntica fusão das artes (teatro, música, dança).
Para este monarca a música e as artes foram armas políticas tão poderosas como os seus navios de guerra, tendo levado longe a associação da sua imagem às mais efémeras das artes – a música e a dança. Estas não eram apenas um divertimento cortesão ou edificação do espírito, mas a ritualização da política, representação de uma imagem e legitimação simbólica do poder. Daí que essas artes, a par do teatro e da ópera, fossem uma presença constante no dia-a-dia da sua corte.

Texto: Prof. José Couto


Luís XIV


1 comentários:

Isilda Tomáz 7 de junho de 2009 às 15:02  

Luís XIV foi o expoente máximo de uma época salpicada de extravagância e de refinamento.Foi um rei brilhante( rei sol) não só pela sua astúcia de raposa a nível político, como também pela grande protecção direccionada às artes.
O seu legado é um tesouro para Humanidade!


Isilda Tomáz

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